Blogue destinado a divulgação e problematização de assuntos educacionais ou diretamente ligados à Educação - sejam de caráter político, filosófico, didático, pedagógico ou... seja lá o que for!
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Mestrado da Marla Oliveira
Instituição estimula reflexões sobre questões raciais
A Faculdade Zumbi dos Palmares (FZP) existe em São Paulo desde 2003 e surgiu para atender a demanda específica de alunos negros. Por representar um espaço inovador no Ensino Superior, Marla Santos, da Faculdade de Educação (FE) da USP, elaborou seu mestrado a partir da configuração da FZP e averiguou que a instituição é capaz de causar reflexões e transformações na maneira como questões raciais são tratadas.
A pesquisa, realizada entre 2009 e 2011, a partir de visitas de observação e entrevistas individuais baseadas em questionários, buscou focar como ações afirmativas raciais na área da educação podem modificar a relação de pertencimento racial dos estudantes. Marla explica que muito do seu interesse estava justamente em compreender como alunos da FZP se sentiam em um ambiente diferente de outros já frequentados e de um padrão existente na sociedade.
O mestrado revelou que apesar de uma porcentagem dos alunos buscar a faculdade por seu preço acessível, muitos enxergavam outros valores na instituição. Em alguns casos eram universitários que abandonavam cursos anteriores por preconceito racial, dificuldade em acompanhar conteúdos ou ainda por notarem uma diferença desconfortável entre as classes sociais. Ao optarem por cursos da FZP, alunos perceberam ser incentivados a se ajudarem e a se afirmarem como negros.
Início precário
A faculdade hoje possui cinco cursos de graduação (Administração de Empresas, Publicidade e Propaganda, Direito, Pedagogia, e Tecnologia em Transportes) mas começou em condições precárias, com somente uma sala e professores voluntários. Atualmente, cerca de 2 mil alunos frequentam a faculdade que está instalada no antigo galpão de ginástica olímpica, judô, esgrima e balé, dentro das dependências do antigo Clube de Regatas Tietê, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Sem fins lucrativos, a instituição pretendia, por meio de um resgate histórico e cultural da realidade do negro no Brasil, incorporar a igualdade racial para criar um referencial positivo na educação.
A faculdade hoje possui cinco cursos de graduação (Administração de Empresas, Publicidade e Propaganda, Direito, Pedagogia, e Tecnologia em Transportes) mas começou em condições precárias, com somente uma sala e professores voluntários. Atualmente, cerca de 2 mil alunos frequentam a faculdade que está instalada no antigo galpão de ginástica olímpica, judô, esgrima e balé, dentro das dependências do antigo Clube de Regatas Tietê, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Sem fins lucrativos, a instituição pretendia, por meio de um resgate histórico e cultural da realidade do negro no Brasil, incorporar a igualdade racial para criar um referencial positivo na educação.
O principal objetivo da faculdade é promover a ascensão da população negra e por isso 50% de suas vagas são destinadas a candidatos autodeclarados afrodescendentes. O reconhecimento da pertença racial e aquisição de uma consciência política das questões do racismo são inseridos em disciplinas como História Econômica do Negro no Brasil, e História Cultural do Negro no Brasil, assim como muitas outras. Parcerias de financiamento com empresas também são firmadas para reduzir custos da mensalidade e firmar convênios e programas de estágios profissionais. Nesse contexto, a FZP tem ganhado espaço na mídia internacional e brasileira ao receber visitas de representantes de governos e da sociedade civil.
Quanto à questão de um certo isolamento que a faculdade pode parecer apresentar, a pesquisadora afirma que isso não é um problema.”Os alunos negros fazem parte da sociedade e frequentam outros ambientes multirraciais, seja no trabalho ou em vários outros, então não há esse isolamento. Ademais, o que a faculdade faz é dar maior base e sustentação para que esses alunos, na situação em que estão imersos, saibam lidar com ela e se sintam melhor diante da sociedade,” explica Marla.
Contribuições
Segundo Marla, sua pesquisa pode ajudar a discutir cotas em universidades e até no mercado de trabalho. Além da reflexão de como cotas devem ser feitas para que não se tornem apenas um número, é necessário considerar como alunos de cotas são posteriormente recebidos no mercado de trabalho. A pesquisadora defende que seu estudo cria uma oportunidade de compreender como a formulação do imaginário de um novo cidadão negro pode contribuir para a erradicação do racismo e para a diminuição das desigualdades sociais no Brasil.
Segundo Marla, sua pesquisa pode ajudar a discutir cotas em universidades e até no mercado de trabalho. Além da reflexão de como cotas devem ser feitas para que não se tornem apenas um número, é necessário considerar como alunos de cotas são posteriormente recebidos no mercado de trabalho. A pesquisadora defende que seu estudo cria uma oportunidade de compreender como a formulação do imaginário de um novo cidadão negro pode contribuir para a erradicação do racismo e para a diminuição das desigualdades sociais no Brasil.
Mais informações: e-mail marlasantos@usp.br, com a pesquisadora Marla Santos.
Para ler a dissertação, clique AQUI!
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
FORA CLAUDIA COSTIN!
FONTE: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=525760880767329&set=a.448083738535044.110167.416191898390895&type=1&theater
Entidades educacionais expressam contrariedade à nomeação de Cláudia Costin para a Secretaria de Educação Básica do MEC
Professores, movimento da educação infantil e trabalhadores da educação divulgam posicionamentos contrários à indicação de Cláudia Costin para a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC)
Nos últimos dias, parte significativa do movimento educacional brasilei
Professores, movimento da educação infantil e trabalhadores da educação divulgam posicionamentos contrários à indicação de Cláudia Costin para a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC)
Nos últimos dias, parte significativa do movimento educacional brasilei
ro expressou contrariedade com a possível ida de Cláudia Costin, atual secretária municipal de educação do Rio de Janeiro, para a Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC (Ministério da Educação). Segundo veículos de imprensa, Costin foi cogitada pelo ministro da educação, Aloizio Mercadante, após o titular da SEB, César Calegari, pedir demissão alegando razões pessoais. A nomeação, porém, ainda não foi confirmada.
Professores lançam abaixo-assinado
Em abaixo-assinado, professores como Dermeval Saviani (Unicamp), Gaudêncio Frigotto (UERJ) e Roberto Leher (UFRJ) contestaram a nomeação de Costin, afirmando que a atual secretária de educação do Rio de Janeiro tem visão privatista. “Se confirmada Cláudia Costin à frente da Secretaria de Educação Básica, é esperada a descaracterização da educação fundamental e média com o apagamento do professor e do aluno como sujeitos históricos. Costin faz parte de um grupo de intelectuais que seguem a férrea doutrina do mercado, onde tudo vira capital, inclusive as pessoas”, afirma o texto da petição remetido a sindicatos da educação, escolas municipais, estaduais e eederais, universidades públicas, entidades acadêmicas e ao Ministério da Educação.
Em 24 horas, o abaixo-assinado "Cláudia Costin, NÃO"! já acumulou mais de 2.800 assinaturas.
CNTE também se posiciona contra nomeação
O presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Roberto Leão, afirma que o perfil da secretária não condiz com o atual projeto de educação de Dilma Rousseff. “O projeto de Costin não é aquele que foi vitorioso nas eleições”, disse.
Em nota divulgada nesta quarta-feira (21/11), a CNTE criticou a nomeação, exigindo do MEC coerência, já que a ida de Costin seria contraditória à luta dos sindicatos contra as políticas neoliberais idealizadas pela secretária na década de 1990, quando foi ministra da Administração Federal e Reforma do Estado no governo Fernando Henrique Cardoso. Segundo a nota, a indicação de Costin é preocupante pois “a pauta neoliberal seguramente comandará (ainda mais) os currículos e as políticas de organização dos sistemas de ensino básico no país. Pior: a estrutura privatizante da educação de nível superior, levada a cabo nas reformas neoliberais, agora poderá espraiar-se pela educação básica”.
Movimento da educação infantil questiona indicação
Para a dirigente do Mieb (Movimento Interfóruns de Educação Infantil no Brasil), Marlene dos Santos, os profissionais de educação infantil consideram que é importante que a SEB seja ocupada por alguém que dê continuidade a um projeto que olhe para a educação infantil como primeira etapa da educação básica, e Costin, pela experiência no RJ, não teria essa preocupação.
Em Carta Aberta direcionada a Mercadante, o Mieib também demonstra a preocupação do setor. “Expressamo-nos contrários a indicação da Secretária de Educação do município do Rio de Janeiro, Cláudia Costin, assumir a Secretaria de Educação Básica, por defender políticas, programas e ações que fragilizam a identidade e os princípios da Educação Infantil presentes nas orientações e no marco legal educacional vigente no Brasil”, afirmou o Mieib.
Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação (http://bit.ly/XGXeS1)
(Imagem/Portal Aprendiz)
Professores lançam abaixo-assinado
Em abaixo-assinado, professores como Dermeval Saviani (Unicamp), Gaudêncio Frigotto (UERJ) e Roberto Leher (UFRJ) contestaram a nomeação de Costin, afirmando que a atual secretária de educação do Rio de Janeiro tem visão privatista. “Se confirmada Cláudia Costin à frente da Secretaria de Educação Básica, é esperada a descaracterização da educação fundamental e média com o apagamento do professor e do aluno como sujeitos históricos. Costin faz parte de um grupo de intelectuais que seguem a férrea doutrina do mercado, onde tudo vira capital, inclusive as pessoas”, afirma o texto da petição remetido a sindicatos da educação, escolas municipais, estaduais e eederais, universidades públicas, entidades acadêmicas e ao Ministério da Educação.
Em 24 horas, o abaixo-assinado "Cláudia Costin, NÃO"! já acumulou mais de 2.800 assinaturas.
CNTE também se posiciona contra nomeação
O presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Roberto Leão, afirma que o perfil da secretária não condiz com o atual projeto de educação de Dilma Rousseff. “O projeto de Costin não é aquele que foi vitorioso nas eleições”, disse.
Em nota divulgada nesta quarta-feira (21/11), a CNTE criticou a nomeação, exigindo do MEC coerência, já que a ida de Costin seria contraditória à luta dos sindicatos contra as políticas neoliberais idealizadas pela secretária na década de 1990, quando foi ministra da Administração Federal e Reforma do Estado no governo Fernando Henrique Cardoso. Segundo a nota, a indicação de Costin é preocupante pois “a pauta neoliberal seguramente comandará (ainda mais) os currículos e as políticas de organização dos sistemas de ensino básico no país. Pior: a estrutura privatizante da educação de nível superior, levada a cabo nas reformas neoliberais, agora poderá espraiar-se pela educação básica”.
Movimento da educação infantil questiona indicação
Para a dirigente do Mieb (Movimento Interfóruns de Educação Infantil no Brasil), Marlene dos Santos, os profissionais de educação infantil consideram que é importante que a SEB seja ocupada por alguém que dê continuidade a um projeto que olhe para a educação infantil como primeira etapa da educação básica, e Costin, pela experiência no RJ, não teria essa preocupação.
Em Carta Aberta direcionada a Mercadante, o Mieib também demonstra a preocupação do setor. “Expressamo-nos contrários a indicação da Secretária de Educação do município do Rio de Janeiro, Cláudia Costin, assumir a Secretaria de Educação Básica, por defender políticas, programas e ações que fragilizam a identidade e os princípios da Educação Infantil presentes nas orientações e no marco legal educacional vigente no Brasil”, afirmou o Mieib.
Fonte: Campanha Nacional pelo Direito à Educação (http://bit.ly/XGXeS1)
(Imagem/Portal Aprendiz)
terça-feira, 20 de novembro de 2012
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
terça-feira, 13 de novembro de 2012
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
terça-feira, 6 de novembro de 2012
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
01/11/2012 – Comissão Nacional da Verdade e Comissão da Verdade da UnB realizam audiência temática sobre o caso Anísio Teixeira
No evento, família de Anísio Teixeira
entregará para ambas comissões da verdade um dossiê com informações sobre a
morte do reitor da UnB cassado pelo regime militar; CNV e Comissão da Verdade da
UnB assinarão cooperação
A Comissão Nacional da Verdade e a Comissão da
Verdade da UnB (Universidade de Brasília) realizam no próximo dia 6 de novembro,
no auditório do Memorial Darcy Ribeiro, às 10h, uma audiência pública temática
sobre o caso do reitor Anísio Teixeira, cassado pelo golpe militar de 1964 e que
morreu em circunstâncias suspeitas no Rio de Janeiro, em 1971.
No evento, a Fundação Anísio Teixeira,
presidida por Babi Teixeira, filha do educador, entregará a ambas as comissões e
apresentará ao público um dossiê inédito sobre as circunstâncias da morte do
educador e as perseguições que ele sofreu no regime militar, contendo elementos
colhidos pelos familiares ao longo de anos de investigações. Também estarão
presentes o filho Carlos Teixeira e o biógrafo de Anísio, professor João Augusto
da Rocha.
Na ocasião, a CNV e a Comissão da Verdade da
UnB assinarão um termo de cooperação entre as duas comissões. A CNV tem assinado
termos de cooperação com outras comissões da verdade, sejam estaduais ou
institucionais, como comissões abertas por universidades e organizações
classistas, como a OAB, por exemplo.
Com o evento, ambas as comissões pretendem
sensibilizar o público universitário para a busca pela verdade sobre o regime
militar, que tanto prejudicou a educação brasileira. Vários dos mortos e
desaparecidos durante a ditadura eram estudantes universitários (estimativa
inicial da CNV avalia que seriam cerca de 300).
Além disso, professores, pesquisadores e
funcionários das universidades públicas brasileiras foram monitorados e
perseguidos por terem posições diferentes das do regime e a CNV pediu
informações (http://www.cnv.gov.br/noticias/10-10-2012-comissao-nacional-da-verdade-requisita-a-reitores-levantamento-sobre-professores-e-funcionarios-prejudicados-pelo-regime-militar)
aos reitores de 81 universidades sobre esses casos.
Pela CNV, estarão presentes o coordenador da
Comissão, Cláudio Fonteles, graduado em direito pela UnB em 1969, e o professor
Paulo Sérgio Pinheiro. O reitor da UnB José Geraldo de Souza Júnior será o
anfitrião da audiência. Todos os 11 membros da Comissão da Verdade Anísio
Teixeira, da UnB, estarão presentes.
Durante a audiência, Anísio também será
lembrado por fotos e pela exibição do documentário "Anísio Teixeira: educação
não é privilégio”.
SOBRE ANÍSIO TEIXEIRA – Anísio Teixeira
nasceu em Caetité, no sertão da Bahia, em 12 de julho de 1900. Formado em
direito na Universidade do Rio de Janeiro, em 1922, obteve mestrado em artes na
Universidade de Colúmbia, em Nova York, em 1929. Considerado um dos maiores
educadores brasileiros, Teixeira deixou uma obra pública à frente do seu
tempo.
Iniciou-se na vida pública em 1924, chefiando
cargos na área da Educação na Bahia e posteriormente no Distrito Federal, então
no Rio de Janeiro, cidade onde conduziu uma importante reforma educacional que o
projetou nacionalmente. Por pressões políticas, deixou o cargo que ocupava em
1935 e se afastou da vida pública por 10 anos.
Em 1946, Teixeira assumiu o cargo de
Conselheiro de Ensino Superior da Unesco e, em 1947 assumiu o posto der
secretário da Educação e Saúde da Bahia. Na sua gestão, fundou a Escola Parque,
experiência inovadora de educação integral. Na década de 50 assumiu várias
funções federais na área de educação e criou a CAPES, além de ter se tornado
professor universitário (1957), ano em que escreveu seu livro mais polêmico:
“Educação Não é Privilégio”.
Nos anos 60, junto com Darcy Ribeiro, foi um
dos mentores da Universidade de Brasília, fundada em 1961, tornando-se seu
segundo reitor, em 1963. Em 1964, o golpe militar cassa seu mandato e o afasta
da função. Depois disso, Teixeira vai lecionar nos EUA e volta ao Brasil anos
depois, cumprindo seu mandato no Conselho Federal de Educação. Em 13 de março de
1971 seu corpo é encontrado no fosso do elevador do prédio do amigo Aurélio
Buarque de Holanda. A versão oficial é de acidente, mas várias suspeitas
foram levantadas por ocasião do lançamento da Comissão da Verdade da UnB.
(http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=6935)
SERVIÇO:
O QUÊ: AUDIÊNCIA TEMÁTICA SOBRE O CASO ANÍSIO
TEIXEIRA
ASSINATURA DE TERMO DE COOPERAÇÃO ENTRE A
COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE E A COMISSÃO DA VERDADE DA UnB
QUANDO: Terça-feira, 6 de novembro
HORÁRIO: 10h
ONDE: UnB
LOCAL: Auditório do Memorial Darcy
Ribeiro
Assessoria de Comunicação
Comissão Nacional da Verdade
Mais informações à
imprensa: Marcelo Oliveira
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