quarta-feira, 31 de outubro de 2012

"ESCOLA NÃO É EMPRESA"

“A escola não é diferente de uma fábrica de parafusos apenas porque nela se lida com seres humanos.” Um dos maiores estudiosos brasileiros em gestão escolar, Vitor Henrique Paro discorre neste artigo sobre a dimensão educativa da escola.

Leia o artigo de Vitor Paro diretamente no Blogue da Editora Ática. Clique:

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Estado laico e Educação laica

Olá pessoal!

     Hoje (30/10/2012) li, com tristeza, uma notícia no mínimo ridícula acerca da Câmara Municipal de Piracicaba — interior do estado de São Paulo. De acordo com o sítio oficial da própria casa legislativa de “Pira” (modo carinhoso com que os nativos se referem à cidade), um cidadão foi colocado para fora do salão do plenário por se recusar a ficar de pé “durante a leitura de um trecho da bíblia”. Veja a notícia em http://www.camarapiracicaba.sp.gov.br/camara07/index1.asp?id=13856
     Como é que uma casa legislativa de um país constitucionalmente laico permite que algo assim aconteça?
     Fiquei indignado e resolvi enviar um e-mail de protesto a todos os vereadores de Piracicaba. Nenhum respondeu, mas fiquei feliz em ter tomado essa atitude.
     Refletindo acerca do ocorrido, me recordei de uma mensagem que veiculei na lista de Educadores da Rede de Educadores da Pedagogia Freinet – Repef, numa ocasião em que discutíamos a laicidade. Tomo a liberdade de publicar em seguida a mensagem, de modo que, neste espaço virtual, possamos prosseguir com a discussão desse assunto que, infelizmente, ainda é tão vivo em nossas escolas.
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Olá pessoal,

     Estive refletindo bastante e gostaria de me posicionar acerca do significado do ensino laico, que é uma das pedras fundamentais da Pedagogia da Escola Moderna.
     A laicidade não é sinônimo de ateísmo.
     Um praticante de religião que não se envolva com proselitismo (defesa de princípios de uma determinada religião) ou com procedimentos embasados em sua fé ou na moral de sua religião, estará agindo de maneira laica.
     Diferente do ecumenismo, a laicidade significa uma opção por não comungar de nenhuma fé, nenhuma religião ou expressão de religiosidade, nenhum tipo de superstição ou tabu, como forma de integrar todos os que tenham ou não tenham fé, confessem ou não alguma religião, acreditem ou na sorte e nos tabus.
     A Pedagogia da Escola Moderna (assim como a de nossa escola pública brasileira) se fundamenta num caráter laico. Para nós, brasileiros, isso não deve significar problema, uma vez que em nosso país, por princípio legal, a educação é laica, a não ser em casos específicos de escolas confessionais — que de qualquer maneira devem respeitar o livre pensamento de seus alunos.
     Ser cristão, espírita, budista, muçulmano, hindu, praticante do Candomblé, da Umbanda ou de qualquer outro tipo de religião não impossibilita, absolutamente, ninguém de praticar a Pedagogia da Escola Moderna (nem de ser um educador laico), desde que se conserve o compromisso de manter um ensino laico. Para tanto, basta que cada um se governe por condutas coerentes: não tem cabimento alguém se posicionar como "professor laico" e admitir que haja um crucifixo pendurado na parede da sala de aula... Muito menos admitir preces e orações durante o exercício de sua profissão docente!

     Eu, de minha parte, quando de minha participação em listas de e-mails ou de encontros educacionais, não trato a nenhum religioso por seu título eclesiástico. Um professor que seja um padre católico ou anglicano, numa reunião de educadores da Escola Moderna (ou de professores das escolas públicas) é somente um professor. Padre ele será lá na igreja dele. Uma freira ou um pastor, ou ainda um babalorixá ou um rabino, o serão em seus lugares de culto. Numa reunião de educadores, são meros merecedores do título de professor — se é que exercem a função de professores.
     Numa reunião de educadores da Escola Moderna (e da escola pública em geral), religiosamente falando, somos todos absolutamente iguais: laicos e unidos pelos princípios da cooperação e da educação popular.
     Se alguém discorda de minha posição, estou aberto a dialogar e, quiçá, mudar! Mas me parece não haver equívoco quanto ao que escrevi sobre ensino laico.
     Para quem quiser compreender um pouco melhor a importância da laicidade na Pedagogia da Escola Moderna, sugiro que leia o livro da Anne-Marie*, que trata muito bem do assunto, apresentando as motivações históricas  desse princípio!
     Abraços a todos!
Flávio Boleiz Júnior
*OLIVEIRA, Anne Marie Milon. Célestin Freinet: Raízes sociais e políticas de uma proposta pedagógica. Rio de Janeiro: Papéis e Cópias da Escola de Professores, 1995.

Pedagogia Ativa em Escola Pública


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Cuidado com VEJA!!!

Relatório americano diz que Puccinelli ‘zomba’ da devolução de terras indígenas em MS


FONTE: http://www.correiodecorumba.com.br/?s=noticia&id=7520


Documentos vazados pelo WikiLeaks mostram que autoridades do Mato Grosso do Sul desdenharam da demanda dos indígenas; para EUA, situação é um “desastre”.


O drama dos Guarani-Kaiowá, de Mato Grosso do Sul, chamou a atenção das redes sociais nas últimas semanas, mas não tem comovido as autoridades do estado, conforme demonstram documentos divulgados pelo Wikileaks.

Um comunicado diplomático de março de 2009 relata uma visita do então cônsul norte-americano no Brasil, Thomas White, ao estado. Sua comitiva manteve conversas com o governador André Puccinelli (PMDB) e outras figuras de peso, como o então presidente do Tribunal de Justiça do estado, Elpídio Helvécio Chaves Martins.

O telegrama, de 21 de maio de 2009 e endereçado ao Departamento de Estado dos Estados Unidos pelo Consulado de São Paulo, relata a visita do cônsul-geral e sua equipe ao Mato Grosso do Sul. Segundo o documento, durante os quatro dias de visita, houve reuniões com membros do governo federal e estadual, do setor privado e também com lideranças indígenas.

O telegrama revela que a ideia de que os Guarani-Kaiowá poderão ter mais terras demarcadas é vista com desdém pelas autoridades locais.

“O governador Puccinelli zombou da ideia de que a terra, num estado como o Mato Grosso do Sul, cuja principal atividade econômica é a agricultura, poderia seja retirada das mãos dos produtores que cultivam a terra há décadas para devolvê-la aos grupos indígenas”, lê-se.

Além de Puccinelli, entre os entrevistados estavam o então presidente do TJ-MS, Elpidio Helvecio Chaves Martins e o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul, Sergio Marcolino Longen. Do outro lado da disputa, além de lideranças indígenas (os guarani Otoniel Ricardo, Teodora de Souza, Edil Benites e Norvaldo Mendes) foram ouvidos representantes de grupos que fazem a defesa dos direitos indígenas, como o procurador Federal Marco Antonio Delfino e o advogado do Conselho Indigenista Missionário Rogerio Battaglia, entre outros.

O desembargador Chaves Martins, por sua vez, ponderou, na conversa com a delegação norte-americana, que a demarcação de novas terras para os indígenas poderia ter efeitos negativos – ao contrário do que reivindica o movimento indígena.

“Chaves advertiu que as tendências ao separatismo nas comunidades indígenas – concentrando os índios em reservas expandidas – só iriam agravar os seus problemas. Dourados tem uma reserva vizinha, que Chaves previu que se tornará a ‘primeira favela indígena do Brasil’ se persistir a tendência a isolar e dar tratamento separado aos povos indígenas”, relata o cônsul.

Segundo defensores dos direitos indígenas, a reserva de Dourados tem péssimas condições de vida em função da sobrepopulação ocasionada pela falta de terras: são 11,3 mil pessoas vivendo em 3,5 mil hectares.

O então presidente do Tribunal de Justiça também reclamou de “calúnias” que as autoridades locais sofrem dos ativistas, sendo acusadas de “tortura e racismo”, quando estão simplesmente “tentando cumprir a lei”.

Segundo recentes relatórios do Conselho Indigenista Missionário, há mais assassinatos entre indígenas no Mato Grosso do Sul, e particularmente entre os Guarani-Kaiowá, do que em todo o resto do Brasil: entre 2003 e 2011, foram 279 em MS, e 224 no restante do Brasil. O estado também se destaca pelo número de suicídios entre indígenas e outras mazelas, como desnutrição infantil.

Índios deviam “aprender a trabalhar” 

De modo geral, avalia o comunicado diplomático, as autoridades locais acreditam que as demandas indígenas pelas demarcações e o retorno ao estilo de vida tradicional “não têm base”.

“Autoridades municipais e estaduais perguntaram como os índios dali reivindicavam ser índios, se eles ‘usam carros, tênis, drogas’. Eles reclamaram dos subsídios públicos dados aos índios, afirmando que eles deveriam ‘aprender a trabalhar como qualquer um’”, relata ainda o telegrama.

O telegrama expressa a conclusão de que não há “solução fácil” para o conflito em Mato Grosso do Sul. Para os norte-americanos, apesar de estarem na posse das terras há décadas, somente 30 a 40% dos agricultores devem ter títulos legais no estado – a conclusão é baseada em uma estimativa do geógrafo Ariovaldo Umbelino de Oliveira, da Universidade de São Paulo.

“Era difícil ver um meio termo potencial no conflito entre índios e agronegócio em Dourados. Apesar de os índios parecerem menos radicais do que, por exemplo, o não étnico Movimento dos Sem-Terra (MST), eles parecem não menos dedicados à sua meta de recuperar suas terras ancestrais, e a oposição dos proprietários parece igualmente arraigada”, avalia o telegrama.

Para os americanos, a situação das terras indígenas em MS e outras partes continuará apresentando desafios à democracia brasileira nos próximos anos. “A única coisa que fica clara é que, sem uma postura mais proativa do governo brasileiro, o assunto não vai se resolver por si mesmo”, conclui outro comunicado de 2008 sobre o tema – intitulado significativamente de “o desastre guarani-kaiowá”.

Nas últimas semanas, uma carta da comunidade guarani-kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay (Iguatemi-MS) deflagrou uma ampla campanha de solidariedade com esse povo indígena com base especialmente na internet. A demanda básica dos Guarani-Kaiowá é pela demarcação de terras: atualmente esse povo, o segundo maior do país, soma 43,4 mil pessoas, vivendo em pouco mais de 42 mil hectares.

Na carta, os indígenas afirmam não acreditar mais na Justiça brasileira e, diante do abandono do Estado e das constantes ameaças de pistoleiros, fazem, em tom dramático, o pedido para que seja decretada a “morte coletiva” dos 170 Guarani-Kaiowá da comunidade.

Novo" Blogue Fórum Educação

Olá pessoal!

     Infelizmente, nosso endereço passou por problemas...

     Com mais de 61000 visitas, tivemos impedimento para prosseguir com nossas postagens!

     A partir de agora, este é nosso novo endereço. Definitivamente!

     Espero que continuem curtindo o nosso Blogue Fórum Educação!

     Para começar no novo endereço, segue um artigo sobre os nossos irmãos Guaranis Kaiowás.

     Abraceijos a todos!!!